Quando se fala em câncer de orofaringe (amígdala, garganta e base da língua), muita gente associa a doença ao tabagismo. Essa relação existe sim!
No entanto, nos últimos anos é possível observar um aumento dos casos de câncer de orofaringe diretamente relacionados com a infecção pelo HPV(papiloma vírus humano).
Esse vírus pode provocar a formação de verrugas na pele, nos lábios, na boca, nas regiões anal, genital e na uretra. As lesões podem ser de alto risco, porque são precursoras de tumores malignos.
A infecção pelo HPV está muito associada ao câncer de colo de útero, mas outros tipos de tumores podem surgir, como é o caso dos tumores na orofaringe.
Mas como o HPV pode ser transmitido?
Em adultos o sexo oral é a principal forma de transmissão do HPV pela boca (contato direto com a mucosa).
Estudos avaliam outras formas de transmissão, como a possibilidade de se transmitir por meio do compartilhamento de cigarros, caso a lesão já exista.
O beijo é uma forma de transmissão ainda muito discutida. Não é muito frequente a presença de HPV na mucosa oral porque na saliva existem substâncias protetoras.
O HPV pode levar anos em estado de latência até se manifestar. Existe também a possibilidade de a lesão nunca aparecer.
Chance de cura
O câncer de orofaringe induzido pelo HPV tem um prognóstico melhor do que o câncer induzido pelo cigarro e uso frequente de bebidas alcoólicas.
Isso significa maior chance de cura se comparado ao causado pelo tabagismo. Isso acontece porque o tabaco provoca mutação da célula, enquanto o HPV destrói a defesa dela. A sobrevida em cinco anos de um paciente com câncer de orofaringe associado ao HPV chega a 80%.
Prevenção
Também é importante explicar que existem mais de 200 subtipos de HPV. Alguns vão induzir o aparecimento de tumores malignos, enquanto outros podem ocasionar tumores benignos.
As vacinas contra o HPV não previnem contra todos os subtipos de HPV. Mas essa é uma medida de saúde pública essencial. Com a vacinação em massa contra o HPV existe a possibilidade de termos cada vez menos casos de câncer associados ao vírus.
Em relação à prevenção também é importante destacar: o método mais eficaz de prevenção da infecção pelo vírus continua sendo o uso da camisinha.
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