As lesões na cavidade oral podem ter diferentes aspectos: mancha branca, vermelha, ferida na língua, nos lábios, na bochecha e no céu da boca. O que muita gente não sabe é que essas lesões são anormalidades clínicas e histopatológicas, a nível celular. E podem se transformar em tumor maligno.
Estudos apontam que cerca de 80% dos cânceres de boca são evoluções de lesões pré-malignas. Este termo, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é utilizado para designar qualquer lesão ou condição na mucosa oral que pode se transformar em câncer.
Um exame oral é capaz de detectar esse tipo de alteração. O problema é que muitas pessoas não dão a devida atenção, não buscam ajuda especializada a tempo de fazer um tratamento preventivo.
As lesões pré-malignas da boca afetam principalmente homens com idade superior a 40 anos.
Os principais fatores de risco associados são:
- cigarro
- ingestão excessiva de álcool
- infecção pelo Papilomavirus humano (HPV)
As lesões pré-malignas ocorrem, com mais frequência no assoalho da boca e base da língua, mucosa labial, mucosa bucal, o palato duro, área retromolar e gengiva.
Essas lesões, em geral, não causam dor ou outros incômodos. Esse pode ser um dos motivos pelos quais muitos pacientes não procuram serviço médico.
No entanto, conhecer as lesões com potencial de malignização para o câncer de boca é muito importante para que possamos fazer um diagnóstico precoce.
Conheça os principais tipos de lesões pré-malignas da boca:
Leucoplasia: é a lesão oral pré-cancerosa mais frequente (representa cerca de 85% dos casos). Atinge mais pessoas do sexo masculino (70%) e acima de 40 anos. A causa é desconhecida, mas alguns fatores podem contribuir para seu aparecimento, como o uso do tabaco, consumo excessivo de álcool, radiação ultravioleta e microrganismos, como o treponema pallidum, candida albicans e papilomavírus humano (HPV).
Eritroplasia: é menos comum do que a leucoplasia, entretanto com maior potencial para malignização. A aparência é de placa eritematosa bem delimitada, com textura macia e geralmente assintomática. Aparece mais no assoalho de boca e palato mole.
Quielite actínica: comum no lábio inferior e resulta de uma exposição excessiva à radiação ultravioleta da luz solar. Acomete mais homens de pele clara e se manifesta pela atrofia da borda do lábio inferior. Possui uma superfície lisa e áreas de manchas claras, costras e úlceras. Pode levar a sangramento, ressecamento e queimação no local.
Líquen plano bucal: doença autoimune que envolve a mucosa e a pele. Mais comum em mulheres apresenta lesões geralmente bilaterais e simétricas. Na boca, o líquen plano possui várias apresentações, sendo as formas mais comuns a reticular e a erosiva.
Lesões associadas ao HPV: o Papiloma Vírus Humano (HPV) foi identificado como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de boca e orofaringe. As regiões mais afetadas são: língua, lábios e o palato mole (céu da boca). Pode resultar em um nódulo macio, indolor. A lesão também pode ser branca, avermelhada ou rosada. O tratamento é, na maioria das vezes, a excisão cirúrgica completa da lesão. A vacina contra o HPV é de extrema importância, pois há possibilidade de que ela previna também as lesões de cabeça e pescoço relacionadas a esse vírus.
Como prevenir?
Além de evitar os fatores de risco associados, você precisa estar sempre atento a qualquer sinal, alteração ou lesão na boca. Nesses casos, busque ajuda médica o quanto antes.
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