Essa é uma dúvida muito comum, pois quando se trata de cabeça e pescoço, médicos e dentistas podem atuar em áreas comuns.
No entanto, é importante estabelecer algumas diferenças:
Em resumo, podemos dizer que o cirurgião bucomaxilofacial é um dentista especializado na correção das deformidades dos ossos maxilares e traumatologia de face.
Já a cirurgia craniomaxilofacial é uma área de atuação médica. Além da formação em Medicina, o profissional precisa ter especialização (residência) em otorrinolaringologia, cirurgia de cabeça e pescoço ou cirurgia plástica.
Para conhecer os detalhes de atuação de cada uma dessas especialidades, o ideal é buscar as áreas de atuação delimitadas pelos Conselhos profissionais - tanto de Medicina quanto de Odontologia.
As resoluções nº 155/78 do Conselho Federal de Odontologia e 852/78 do Conselho Federal de Medicina nos explicam em detalhe essas diferenças.
De acordo com essas resoluções, atribuições dos cirurgiões-dentistas devem ficar restritas ao seguinte:
1) Aparelho mastigatório, incluída a articulação têmporo-mandibular e as plásticas estéticas funcionais do aparelho mastigatório, sem a participação de médico integrado a equipe cirúrgica, vedados os demais casos de cirurgia estética;
2) Em lesões traumáticas que envolvem estruturas de face-nariz, malar, órbita, etc. ou lesões congênitas ou adquiridas que envolvam áreas de interesse comum à Medicina e à Odontologia - queiloplastia, palatorrafia, sinusectomia, etc. Com a participação, na condição de chefe de equipe, de um médico cirurgião na área;
3) Em caso de traumatismo crâneo-encefálico somente na condição de especialista do aparelho mastigatório, sob a responsabilidade primeira de um médico cirurgião especialista;
4) As neoplasias malignas e a região infra-hioidéia são vedadas ao cirurgião-dentista.
Assim, o especialista em cirurgia craniomaxilofacial irá atuar no diagnóstico e tratamento de doenças e tumores que se desenvolvem em locais como boca (lábios, língua, gengiva, bochecha e céu da boca), tireóide, laringe, faringe, glândulas salivares, cavidades nasais, seios paranasais, além de doenças nos linfonodos (gânglios linfáticos) do pescoço.
No caso de lesões de interesse comum à Medicina e à Odontologia, a orientação dos Conselhos Federais é a seguinte: “nas lesões de interesse comum à Medicina e à Odontologia tem a equipe cirúrgica de ser obrigatoriamente de médico e cirurgião-dentista, para adequada segurança do resultado pretendido, ficando sempre a equipe sob a chefia do médico.
Assim, procedimento cirúrgico envolvendo fratura nasal, órbita ou zigomática, bem como Cirurgia Plástica corretiva de lábio leporino e fissura palatina, da equipe cirúrgica também poderá fazer parte o cirurgião-dentista, mas é imprescindível a presença do profissional médico qualificado chefiando essa equipe”.
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